Museu do Pico

Concerto Adufe & Eletrónica no Museu do Pico

De 4 a 7 de abril, Rui Silva (percussionista) e Bruno Gabirro (compositor), estiveram em residência/laboratório no Auditório do Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, marcando o início de um projeto inédito - Adufe & Eletrónica -, que incidiu sobre a exploração contextual e performativa do adufe, instrumento de percussão tradicional portuguesa, e da eletrónica.

No dia 7, pelas 20h30, no mesmo local, realizou-se um concerto de encerramento da residência, precedido de uma breve conversa sobre o trabalho desenvolvido, as ferramentas utilizadas e processos criativo/performativo. A performance assentou sobretudo na improvisação e no diálogo entre o adufe, explorado tímbrica e sonoramente de forma tradicional e não-tradicional, e a eletrónica em-tempo-real.  

Este duo de artistas propõe então um projeto que tendo como objetivo final a apresentação em concerto de novas peças para adufe e eletrónica, engloba não só a escrita e execução pública dessas mesmas peças, mas também todo um trabalho de experimentação e pesquisa, seja em estúdio, na relação entre compositor e instrumentista, seja no contato direto com as adufeiras e grupos de adufeiras que têm mantido vivo o adufe e a sua tradição.

Dado o carácter inédito, investigativo e de work-in-progress do projeto, o trabalho será desenvolvido durante 2019/2020, em várias residências artísticas e momentos de estúdio.

Bruno Gabirro (compositor) estudou na Academia de Amadores de Música de Lisboa, onde terminou o curso de violino com Gareguine Aroutiounian. Na mesma escola estudou viola com Barbara Friedhoff e análise e técnicas de composição com Eurico Carrapatoso.  Estudou engenharia informática e de computadores no Instituto Superior Técnico de Lisboa.  Em 2006 concluiu a licenciatura em composição na Escola Superior de Música de Lisboa e em 2008 o mestrado em composição na Royal Academy of Music em Londres. Em Londres trabalhou com Peter Maxwell Davies.  De 2003 a 2010 trabalhou regularmente com Emmanuel Nunes no âmbito dos ʻSeminários de Composição Gulbenkianʼ.  O seu trabalho tem sido regularmente apresentado em diversos países e festivais da Europa, América e Ásia, por grupos e orquestras como a Orquestra Gulbenkian, City of Birmingham Symphony Orchestra (CBSO), OrquestrUtópica, SondʼAr-te Electric Ensemble, Royal Academy Soloists e Musica Vitae Kammarorkestern.  Foi distinguido com diversos prémios e bolsas de estudo por parte da Casa da Música do Porto, Royal Television Society e Royal Academy of Music. Foi em várias ocasiões residente artístico na Miso Music Portugal. Em 2014 foi-lhe atribuída uma residência artística em Madrid pela Casa de Velázquez, Académie de France à Madrid, e Secretaria Geral Ibero-americana.  Foi aluno bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, onde prepara o doutoramento sobre os quartetos de corda de Luigi Nono e Emmanuel Nunes, sob orientação de Paulo de Assis.  Estuda Adufe com Rui Silva.

Rui Silva (adufe) 1984, Coimbra.  Artesão de adufes, músico e professor de percussão. Especializou-se em Percussão Histórica, com Pedro Estevan, no Master en Interpretación de Música Antigua – Percusion Histórica na ESMUC/UAB (Barcelona, 2012).  Toca com as Sete Lágrimas Consort de Música Antiga e Contemporânea (2009-), com a Capella Sanctae Crucis (2013-), e com o Ensemble Med (2012-). Colabora regularmente com o Ludovice Ensemble, Orquestra Barroca da Casa da Música e L´Effetto Ensemble.  A sua prática performativa é profundamente marcada pela Tradição Oral do adufe, frame drum tradicional português de formato quadrangular. Nos últimos 9 anos, tem desenvolvido uma intensa investigação junto de adufeiras e artesãos da região da Idanha-a-Nova (e Paúl), aprendendo, registando, transcrevendo e analisando o processo construtivo, as práticas performativas, a técnica, linguagem e contexto tradicional atual.  Criou o conceito “Adufe Moderno”, que define a exploração de novas técnicas performativas e de expansão da linguagem do adufe a partir de outros frame drums tradicionais. Abrange ainda a sistematização de um método de ensino de adufe e das cantigas de adufe absolutamente inovador, partindo da adaptação do sistema rítmico silábico indiano, da desconstrução e compreensão das técnicas e ritmos tradicionais e de exercícios de coordenação psico-motora. Desde 2012, através do seu projecto AL-DUFF (2012-2015) e não só, orientou mais de 60 workshops sobre o toque tradicional para mais de 600 participantes.  Em 2013 lançou a sua marca de artesão de adufes (Adufes Rui Silva, adufes.com), que aliam os processos construtivos artesanais à inovação, revolucionando a performance deste peculiar frame drum português, séc. XXI adentro. Participa regularmente no Tamburi Mundi – Festival Internacional de Frame Drums como músico, formador e artesão (2013, 2014, 2015, 2018 e 2019). Estudou percussão erudita na Escola Profissional de Música de Espinho (2002-2005) e na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo no Porto (2005-2009). É professor de Percussão na Escola Municipal de Música das Lajes do Pico, nos Açores.

Categoria
Data Inicial
2019-04-04
Data Final
2019-04-07
Hora Inicial
21:30
Hora Final
22:00
Voltar atrás

Optimizado para as últimas versões dos browsers:
Microsoft Edge, Google Chrome, Safari, Opera e Firefox

Desenvolvido pela Salworks