Dragoeiros do Museu do Vinho – entre a vida e a morte – a salvação
Os dragoeiros do Museu do Vinho constituem o maior bosque desta espécie, na Macaronésia, com exemplares centenários. Esta foi uma das principais plantas tintureiras, com interesse comercial, utilizadas entre os séculos XV e XIX. A sua resina, transparente e de cor vermelho sangue, conhecida por sangue de dragão ou drago, era utilizada na produção de tintas, corantes, lacres, vernizes e produtos medicinais. As folhas chegaram a ser usadas pelos tanoeiros no calafeto de vasilhame e pelos viticultores na amarra de enxertos. Atualmente são utilizadas na produção de artesanato.
O grande dragoeiro do Museu do Vinho, o de maior porte e peça central deste museu, começou a apresentar algumas debilidades ao nível da folhagem e dos ramos, que ficam ocos e caem. Com a visível e crescente degradação do exemplar foram tomadas medidas, em articulação com algumas entidades - Serviço Florestal do Pico, Serviços de Desenvolvimento Agrário do Pico, Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas – Delegação da Ilha do Pico, Parque Natural da Ilha do Pico e Parque Natural da Ilha do Faial, Laboratório Regional de Sanidade Vegetal, e Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
Numa primeira fase encontraram-se algumas cochonilhas, que não representavam ameaça visível para a planta, e foi feita uma limpeza aos ramos mais debilitados. Retirou-se alguma bagacina junto às raízes e fez-se uma cama de folhagem, a fim de mimetizar o ambiente da mata de dragoeiros adjacente.
Efetuaram-se algumas análises biológicas e micológicas, com identificação morfológica e molecular, onde se reconheceram fungos, que estão a ser tratados através da aplicação de um produto fungicida biológico.
Estas ações têm tido resultados muito positivos, notando-se uma revitalização do grande dragoeiro. Um dos indicadores foi a produção de baga (fruto), como não acontecia há já algum tempo. O tratamento, por ter um carácter não só curativo mas também preventivo, será continuado de forma programada e controlada, a fim de se conservar as espécies que se encontram no Museu do Vinho.
Vídeo: https://www.facebook.com/museudopico/videos/375024323864878