Museu do Pico apresenta o projeto Arquivo de Memórias da Baleação, de Francisco Henriques e Luís Bicudo
"Para que a memória permaneça na gente"
A Baleação contada por quem a viveu.
As palavras, as vozes e os rostos dos baleeiros.
Memórias e histórias.
O Arquivo de Memórias da Baleação é um projeto de história oral, da autoria de Francisco Henriques e Luís Bicudo, e que teve como objetivo a recolha e salvaguarda das memórias dos últimos baleeiros vivos no arquipélago dos Açores, “homens de outro planeta”.
Um legado feito de memórias e saberes dos homens que viveram a baleação na primeira pessoa. Esses homens são os derradeiros testemunhos de uma atividade que deixou de existir não só nos Açores, mas também a uma escala global.
Além da salvaguarda de múltiplas histórias de vida, o Arquivo de Memórias da Baleação abre caminho para novas áreas de pesquisa sobre a História Contemporânea dos Açores e os hábitos quotidianos das suas comunidades. As memórias da baleação enriquecem o património cultural da Região, na medida em que exibem um sistema de valores, crenças e experiências únicas que representam o nosso passado.
O projeto, financiado pela Direção Regional da Cultura, teve início em 2015. Numa primeira fase de trabalho de campo foram realizadas 70 entrevistas em todas as ilhas do arquipélago. Uma segunda fase decorreu entre 2020 e 2022, com o tratamento e sistematização de toda a informação. O arquivo inclui as entrevistas recolhidas por Luís Bicudo na preparação do documentário Baleias e Baleeiros (2013).
A apresentação deste projeto decorrerá no Auditório do Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, no próximo dia 26 de maio, pelas 21h00. O projeto será igualmente apresentado no dia 27 de maio, pelas 21:00h, no Museu da Indústria Baleeira.
A sessão contará com a exibição de um vídeo com alguns excertos das entrevistas realizadas na ilha do Pico.
Francisco Henriques é historiador, licenciado em História pela Universidad de Cantábria, mestre em História Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa e com doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Desenvolve investigação nas áreas da História Económica e Social, Património e Museus, em particular sobre a baleação nos Açores. Em 2016 publicou o livro A Baleação e o Estado Novo. Industrialização e organização corporativa (1937-1958). Coordena o projeto Arquivo de Memórias da Baleação, em conjunto com Luís Bicudo.
Luís Bicudo, cineasta, empreendedor e guia de turismo ativo, licenciou-se em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa. Foi selecionado para as seis edições da Mostra Açoriana Labjovem e ganhou o 1º prémio em duas edições. Em 2013 realizou o documentário “Baleias e Baleeiros”. Recebeu a Menção Honrosa da 1ª edição do Prémio Ayres D’Aguiar com o filme “O Funeral Artístico do Projecionista”. Em conjunto com o historiador Francisco Henriques tem desenvolvido o Arquivo de Memórias da Baleação açoriana.